Liam Neeson é o agente federal aéreo
A história do cinema registra muitos filmes sobre suspenses
aéreos. Há dois anos surgiu “Vôo” (Flight) de Robert Zemeckis onde Denzel
Washington saindo de uma ressaca com
drogas e bebidas pilota um avião cheio de passageiros. Nas acrobacias para
conseguir alcançar um aeroporto, chega até a voar de ponta cabeça, mesmo assim
causando algumas vitimas fatais. Agora é a vez de Liam Neeson protagonizando um
agente federal aéreo que se acha num avião num percurso de Nova York a Londres
e recebe, no seu celular, uma mensagem de alguém que planeja matar um
passageiro a cada vinte minutos se não for transferido para uma conta bancária
o deposito no valor de US$180 milhões. Não se sabe como vão acontecer essas
mortes e muito menos quem está ameaçando. O primeiro caso fatal surge numa
briga do próprio Neeson com um colega, numa dependência do aparelho. Mas há
casos inexplicáveis e começam a brotar as suspeitas. É justamente a descoberta
do criminoso que seduz a plateia e a trama se torna ainda mais sinistra quando é
descoberto que a conta bancária que deve receber o dinheiro está registrada no
nome do próprio agente (Nesson).
Misturando fórmulas que vão de histórias de Agatha Christie,
Ellery Queen e dos “disasters movies”, o roteiro de John W. Richardson,
Christopher Roach e Ryan Engle, dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra,
mantém a atenção dos espectadores mesmo não se furtando de estereótipos
diversos (alguns para despistar os detetives da plateia).
A narrativa se exime de chavões do gênero como os
flash-backs que reportam detalhes das vidas de algumas personagens. Não há nem
fash-fowards, intercessões que avançam no tempo. Tudo é centralizado no voo, o
“sem escalas” do próprio titulo brasileiro. E neste ponto lembra o que os
Cuarón (Alfonso e Juan) fizeram agora com “Gravidade” onde toda a ação se dá no
espaço sideral.
Mantendo o clima em tempo e lugar bem delimitados, o filme
repousa nas performances que se destacam em cada situação e, assim mesmo, sem
detalhar o perfil da maioria dos passageiros do avião. O que mais se torna
evidente é o protagonismo de uma mulher, Jean Summers (Juliane Moore),
passageira acostumada a viajar que de inicio luta para conseguir um lugar perto
da janela. Isso gera a primeira suspeita. Mas ela é quem passa a auxiliar o personagem
da história, Bill Marks (Neeson). Daí a ação se desloca para a pista deixada
pelo médico que atende alguns passageiros mortalmente feridos, o arabe Frahim Nassir
(Omar Metwally). Por vestir-se como seus patrícios, o doutor é um suspeito
“nato”. Por outro lado, os sherlocks de plantão desconfiam de tipos muito
marcados. Bem, não adianta ir muito longe na trama. Como todo filme do gênero
“Sem Escalas” propõe surpresas. E não deixa fugir o suspense quando passa a ser
conhecido de todos que além da ameaça de morte por passageiro há uma bomba a
bordo. E onde está esse artefato? Num pacote de cocaína...na bagagem de algum
dos passageiros. Não há pista sobre isso.
O filme apresenta orçamento relativamente, quase sem custo, lançado
em Belém (e só chegou por isso) estando durante duas semanas na frente dos
blockbusters na lista de maiores sucessos de bilheteria nos EUA. Bom para o
ator de “A Lista de Schindler” que agora se especializa em tipos de heróis ou
vilões colocados em situações perigosas.
Uma boa diversão. Nada mais que isso e nada mais se pede
disso.
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