Angelina Jolie e a sua "Malevola"
A literatura tem sido parceira do cinema levando seus enredos
para a composição das imagens desta arte. Nos últimos anos, muitas histórias
têm recebido essa transposição construída no processo intersemiótico. “O código da Vinci”, algumas obras de Shakespeare e muito
recentemente os romances para jovens como a saga “Crepúsculo” e “Harry Potter”
têm tido esse porte.
Mas outros romances juvenis têm estado na vez sendo
transpostos para o cinema. “A Culpa é das Estrelas” transformou-se
em um fenômeno literário e cinematográfico. Filme de baixo orçamento ganhou
posição invejável nas bilheterias e o que não é comum, sensibilizou boa parte
da crítica. Os jovens, principalmente, se enquadraram em algumas
características geracionais no drama de Hazel (Shailene Woodley), garota com
câncer que nas sessões de tratamento conhece Augustus (Ansel Elgort) de quem se
enamora. Ele se acha curado de um tumor na perna que o levou à mutilação (usa
perna mecânica). O romance à sombra da morte, ainda mais em se tratando de
pessoas jovens, emocionou os leitores de John Green e foi bem adaptado por Josh
Boone com um desempenho sensível da principal atriz. Recentemente foi lançado
em DVD e Bluray.
“Malévola” está entre as surpresas do ano em cinema. Os
estúdios Disney que haviam adaptado “A Bela Adormecida” para a sua primeira
animação em cinemascope agora refazem o original de Charles Perrault com uma
mudança radical: a bruxa Malévola ganha um motivo para amaldiçoar a princesa
recém-nascida: havia sido enganada pelo pai da criança quando um simples
plebeu. E mais: ele tirou as asas que ela possuía. Quando adolescente, a menina
acaba conhecendo Malévola e tendo-a como amiga. A bruxa quer apagar a maldição
mas não consegue. E mais: o príncipe que irá despertar a Bela que adormece
segundo a maldição não será o vetor que irá quebrar o encanto. O filme dirigido
por Robert Stromberg é divertido e segue a linha de enaltecer a personagem
feminina tirando a imagem do príncipe galã (outro exemplar dessa fase foi o
recente “Frozen”).
A atriz Angelina Jolie brilha como Malévola. Quem assistiu
no cinema a versão dublada procure no DVD (ou Bluray) a cópia original. Vai
ganhar com isso.
Outros filmes mais antigos estão circulando também em DVD
como “Mussolini, Ascensão e Gloria de um Ditador” (Mussolini, Ultimo Atto,
Italia,1974), o segundo filme sobre o ditador italiano este ano no Brasil (o
anterior foi o compacto de uma série de TV). O ator Rod Steiger (1925-2002)
protagoniza “Il Duce” e o filme focaliza os últimos dias desse personagem, o
ícone do fascismo. Há um detalhe: a tradução (legendas) confunde a personagem
de Claretta Petacci (Lisa Gastoni), amante do ditador que algumas vezes é
chamada de esposa dele. Mas é impressionante a máscara de Steiger, o mais
completo interprete do tipo histórico, ganhando em desempenho o ator George C.
Scott da versão televisiva. A direção é de Carlo Lizzani (1922-2013), diretor
de “O Corcunda de Roma”, “A Rebelde” e mais 68 títulos para cinema e TV.
“Gladiador” (Gladiator, EUA 2000) está no formato bluray no
Brasil. Há poucos bônus, mas a imagem é excelente, o enquadramento é preservado
e só se pensa no exagero de Óscares recebidos (5 ao todo: filme, ator,
figurino, som, efeitos visuais). O roteiro de David Franzoni, John Logan e
William Nicholson, também candidato ao Oscar, brinca com a história que se
conhece. Segundo Franzoni, ao morrer pelas mãos do filho, Comodo (Joaquin
Phoenix), o imperador Marco Aurélio (Richard Harris) designa o comandante de sua
guarda, Maximus (Russel Crowe) como seu sucessor, mas Comodo passa a perseguir
o rival “plebeu” assassinando a esposa e o filho do comandante. Este se torna
gladiador e na arena enfrenta o jovem imperador, que é morto. O arremedo
histórico felizmente não poupa Maximus. Mas o filme tem clima devido a direção
de Ridley Scott e boa direção de arte. Espetáculo divertido como “Bem Hur” e
alguns outros dedicados e recriar a Roma antiga, com nuances da obra de Cecil
B.De Mille.
Para Mim maleveola ja é um dos melhores do ano
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