A atriz Vanessa Hudgen num belo desempenho: "Em Busca de um Lar"
O mercado em DVD continua a propiciar ao cinéfilo olugar onde se processa a oferta e a procura dos filmes que
não são exibidos nas salas do circuito comercial e/ ou também aquelas cópias
que se constituem em demandas de temas interessantes. Propicia também o
lançamento de velhos exemplares que por suposto não serão apresentados nesses
cinemas e aqueles não distribuídos para essas salas comerciais, embora sejam
filmes de safra novíssima. Neste espaço apresento alguns dos lançamentos dessa
produção digital.
“Em Busca de um Lar” (Gimme Sheller, EUA, 2013) é um
melodrama que se impõe pelo tema e pelo desempenho da atriz Vanessa Hudgen. Ela
protagoniza Apple, uma garota que aos oito anos abandonou a casa da mãe (Rosario Dawson)
viciada em drogas, circulando em lares adotivos. Guarda consigo uma carta do
pai biológico cuja informação ela sabe ser o executivo Tom Fitzpatrick (Brendan
Fraser). Embora bem tratada pela família deste e sendo reconhecida, a mocinha
sente um novo impacto de exclusão quando anuncia que está grávida de um rapaz
de rua. Cria-se então um apelo salvacionista para que ela recorra ao aborto.
Não aceita e foge novamente. Mas encontra uma casa que acolhe essas jovens e é
onde recebe a proteção e o afeto que jamais recebera e embora tenha
oportunidade de retornar à casa do pai biológico, prefere compartilhar com
aquele grupo de jovens o auxilio humano que ali recebeu.
O filme usa estereótipos de classe social e de
juventude rebelde, mas consegue certa empatia pelo desempenho do elenco e a boa
direção de arte. Esses fatores ajudam o diretor e roteirista Ron Krauss, com 15
prêmios no currículo, mas este filme que ora saiu em DVD no Brasil não foi bem
recebido pela critica de seu país, embora não seja desmerecedor de credito. Há
um apelo antiaborto, com a inclusão de um padre católico como o guia de Appel
para uma casa de ajuda a meninas grávidas, embora no argumento esta figura seja
incluída muito depois da decisão da garota de manter a gravidez.
Outro filme interessante é “Belle” (Inglaterra, 2013)
sendo detentor de 8 prêmios em festivais menos conhecidos e está entre os bons
filmes de época. O roteiro baseia-se na historia real de Dido Belle (Gugu
Mbatha-Raw) filha de um militar da Real Armada, passando
a viver na Inglaterra vitoriana com seus tios, ele presidente do Tribunal de Justiça do Reino Unido (Tom
Wilkinson). A garota é negra, filha de uma africana que morre logo após o
nascimento da menina. Levada pelo pai ao palacete do tio ela se torna amiga da
prima Elizabeth (Sarah Gordon), as duas crescendo juntas numa rotina pouco comum
devido à questão da cor que a mantém numa posição social contrastante com os
familiares. O
assédio dos cavalheiros define-se pelo lugar social e pelas posses, mas nesse
caso, Dido é a opção dos pobretões devido à fortuna deixada pelo pai o que
significaria um gordo dote. A jovem, no entanto, prefere ser ativista no embate
pela libertação dos escravos, missão que lhe faz seguir o filho do pastor
local, John Davinier (Sam Reid).
Com direção de Amma Asante (mais conhecida em TV) e
roteiro de Misan Sagay é um excelente filme histórico posto que de inspiração
em fatos verdadeiros com a licença dramática apenas para melhor dimensionar aos
olhos de hoje as principais personagens.
O veterano Tom Wilkinson protagoniza o Lord Mansfield, que
abriga Dido e que muito pode ajudar na luta pelo abolicionismo.
O filme combina todo o aparato de superprodução, mesmo
assim não chegou aos cinemas comerciais de Belém.
Em bluray circula “Os Últimos Passos de um Homem” (Dad Man
Walking, EUA, 1995) filme de Tom Robbins com Susan Sarandon protagonizando uma
freira que se dedica a ajudar um condenado por duplo crime, estupro seguido de
morte. Este é interpretado por Sean Penn. O objetivo da freira é livrar o
prisioneiro do corredor da morte, uma vez que este afirma ser inocente. O filme
é muito bem conduzido e os dois principais intérpretes foram candidatos ao
Oscar vencendo Susan. O roteiro do diretor com base no livro de Helen Prejean
(freira ativista contra a pena de morte) é objetivo e procura sair das
armadilhas melodramáticas. Vale a pena ver ou rever
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