Um dos momentos de destaque do seminário foi a
participação da professora e crítica de cinema, Luzia Álvares, bem como a
contribuição de Pedro Veriano por meio de uma gravação e texto incluídos na
realização do evento. Eles ofereceram pensamentos valiosos sobre o significado
da crítica de cinema. Essas contribuições enriqueceram o diálogo e nossa
compreensão dessa importante atividade de reflexão sobre o cinema.
A intenção
é que este seminário seja realizado anualmente, estabelecendo um espaço
contínuo para fomentar reflexões e discussões sobre a crítica cinematográfica e
sua relevância. Agradecemos a equipe da Casa das Artes e todos que participaram
e prestigiaram esta ação de promoção da cultura cinematográfica.
Texto do crítico de cinema e pesquisador Pedro Veriano apresentado no
encerramento do I Seminário de Crítica Cinematográfica da Amazônia
Paraense:
“Fazer
crítica de filme não é só dizer o que gostou de ver ou não gostou de ver. É
sobretudo compreender como alguém se expressou em imagens e som. Para isso não
é só levar em conta o enredo. É todo um trabalho de realização, de como o
cineasta soube dizer o que pensou ou sentiu.
Há filmes
que se realizam nos moldes tradicionais, usando o que se chama “linguagem
linear”. E há quem possa incitar uma nova leitura partindo do ponto em que o
diretor do filme seja um autor, usando o que se vê como um conjunto que
expressa um projeto criador, algo que use as imagens como a tradução de um
pensamento, uma ideia ou um estímulo intelectual que traduza alguma coisa.
O jogo de
planos e movimentos de câmera traduzem um projeto intelectual que estimule o
senso crítico de quem vê. E no bojo desse estímulo diga como o autor se porta
diante de uma realidade, mesmo que esta realidade seja incorporada à fantasia
(ou usar a fantasia como um meio de exprimir a realidade).
Criticar um
filme é expressar o que está na imagem projetada".
Propostas do I Seminário de Crítica Cinematográfica da Amazônia
Paraense:
Uma das propostas realizadas no I Seminário de Crítica Cinematográfica
da Amazônia Paraense pelo crítico de cinema Marco Antonio Moreira se refere a
promoção da criação de cinematecas e cineclubes em nosso estado. Acreditamos
que uma das maneiras mais eficazes de fomentar a cultura cinematográfica é
viabilizar meios para a exibição de filmes de diversas origens. Os DVDs e
Blu-rays estão gradativamente perdendo espaço na vida das pessoas que, em
grande parte, passam a depender apenas do conteúdo disponível nos serviços de
streaming. Consequentemente, mais do que nunca, incentivar a criação de
cinematecas e cineclubes se torna uma ação crucial para a promoção da cultura
cinematográfica. Isso deve ser um esforço conjunto de todos nós que
compreendemos a importância de estudar cinema através da apreciação e análise
das obras cinematográficas.
Outra
proposta foi apresentada por Luzia Álvares cuja exposição temática evidenciou o
formato e o processo de construir os textos sobre a crítica de filmes. Propôs
a criação de um grupo de estudos sobre a linguagem cinematográfica,
fundamento das teorias sobre o processo de identificação histórica e teórica
dos elementos cinematográficos para que, dessa forma, fossem identificados os
meios interpretativos do objeto filme como fotografia, montagem, enquadramento
e demais elementos narrativos. Essa proposta levou em conta ainda as várias
temáticas tratadas pelos expositores nos três dias de discussão sobre a crítica
cinematográfica, haja vista a preocupação de todos com os efeitos da cinefilia
e do discurso crítico. Uma literatura escolhida pelos membros da ACCPA e
demais parceiros/as, seria eficaz para garantir a leitura sobre os fundamentos
necessários para a construção de discursos de crítica cinematográfica. A
metodologia utilizada seria a leitura dirigida (acompanhamento pelo grupo da
leitura de um texto/livro/tema com discussão simultânea). O meio virtual,
o horário e a inscrição de interessados/as, seriam parte do planejamento para
essa ação pós-seminário. A data para início seria em março-2024.
Marco Antonio Moreira/ Luzia Álvares
ACCPA
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